Thursday, March 15, 2007

ONU prevê 9,2 mil milhões de habitantes no mundo em 2050



A população mundial aumentará 37,3 por cento até 2050, chegando aos 9,2 mil milhões de habitantes, e o número de idosos (acima dos 60 anos) deverá triplicar, atingindo os dois mil milhões, indica um relatório da ONU.


Segundo o relatório "Previsões sobre a População Mundial 2006", do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas, a população mundial aumentará em 2,5 mil milhões de habitantes nos próximos 43 anos, passando dos actuais 6,7 mil milhões de pessoas para 9,2 mil milhões (um aumento de 37,3 por cento).

O relatório adianta ainda que o número de pessoas com 60 anos de idade ou mais (actualmente 673 milhões) pode vir quase a triplicar até à metade do século, chegando aos dois mil milhões.

Ou seja, os idosos representarão quase um quarto da população mundial projectada para 2050.

Nas regiões industrializadas, a população com idades superiores a 60 anos, que actualmente representa vinte por cento da população, deverá aumentar para 33 por cento.

Nos países em desenvolvimento, a faixa etária de 60 anos ou mais deverá quase duplicar, passando de 245 milhões (2005) para 406 milhões em 2050.

Segundo os peritos da ONU, a previsão do aumento total da população mundial para a metade do século (2,5 mil milhões) equivale à população mundial como era em 1950.

Este aumento será absorvido, na sua maioria, pelos países em desenvolvimento, que devem passar de 5,4 mil milhões de habitantes em 2007 para 7,9 mil milhões de habitantes em 2050.

Assim, a maior parte do crescimento populacional e dos jovens do mundo deverá vir dos 50 países mais pobres, sendo que a previsões apontam para um crescimento de actualmente 800 milhões para 1,7 mil milhões, segundo o relatório.

Em contraste ao crescimento nos países em vias de desenvolvimento, a população das regiões desenvolvidas deverá sofrer poucas alterações no período estudado, com uma média de 1,2 mil milhões de habitantes.

Para 2050 na Europa as previsões apontam para um decréscimo de cerca de 67 milhões.

Segundo o estudo da ONU, as mudanças na tendência de crescimento populacional estão relacionadas com o cada vez maior acesso ao tratamento com "antiretrovirais" por parte das populações de países com maior número de infectados pelo HIV (40 dos 62 países).

A queda da taxa de mortalidade e a maior longevidade das pessoas, aliada a redução da taxa de fertilidade nos países em desenvolvimento, são outros factores que contribuem para estes valores.

As previsões apontam que a maior parte da população continuará a viver no continente asiático, que actualmente já é a região mais populosa do mundo (4 mil milhões de habitantes), sendo que até 2050 esta deverá aumentar em 1,3 mil milhões.

As previsões de crescimento populacional para a China são de 96 milhões, enquanto que a Índia vai contar com mais 524 milhões de habitantes.

Segundo o relatório, a Índia passará em 2025 a ser o país mais populoso, estatuto que actualmente pertence a China.

Agência LUSA
2007-03-15 06:40:01

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Monday, October 30, 2006

Portugal afectado com alterações climáticas

As fortes chuvadas de quarta-feira deixaram várias zonas do país inundadas


Portugal, Espanha e França estão entre os países europeus mais afectados pelo aquecimento global, segundo um relatório britânico que aponta consequências como a falta de água, as ondas de calor e os fogos florestais.


O relatório Stern, encomendado pelo governo britânico ao ex- responsável do Banco Mundial Nicholas Stern, evidencia as grandes variações climáticas na Europa salientando que as regiões vão ser afectadas de maneira diferente.

"O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do stress hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados. Isto poderá levar a uma mudança para Norte no que respeita ao turismo de Verão, agricultura e ecossistemas", refere o documento.

O Norte da Europa poderá registar um aumento na produtividade agrícola (com a adaptação à subida das temperaturas) e menos necessidade de gastar energia no Inverno.

Mas os verões mais quentes vão aumentar a necessidade de ar condicionado.

O derretimento das neves alpinas e padrões de precipitação mais extremos podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas como as do Danúbio, Reno e Ródano.

O turismo de Inverno será gravemente afectado.

O estudo prevê também que muitos países costeiros em toda a Europa sejam vulneráveis à subida do nível do mar.

A Holanda, onde 70 por cento da população seria ameaçada com uma subida de um metro no nível do mar, é o país que se encontra mais em risco.

O relatório refere ainda que os países desenvolvidos de latitudes mais baixas (caso de Portugal) são os mais vulneráveis.

Regiões onde a água já é escassa enfrentariam grandes dificuldades e custos crescentes. Estudos recentes sugerem que um aumento de dois graus nas temperaturas globais poderia levar a uma redução de 20 por cento na disponibilidade de água.

A escassez de água nesta região vai limitar o efeito de fertilização do carbono e levar a quebras substanciais na agricultura.

Os custos dos fenómenos extremos como tempestades, cheias, secas e ondas de calor vão aumentar rapidamente com temperaturas mais altas, neutralizando alguns dos benefícios iniciais associados às alterações climáticas.

Só os custos destes fenómenos poderiam atingir 0,5 a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em meados do século e continuarão a aumentar à medida que o mundo aquece.

As ondas de calor, como a que aconteceu na Europa em 2003, provocando a morte de 35 mil pessoas e prejuízos de 11,7 mil milhões de euros na agricultura, serão comuns em meados do século.

A disparidade norte-sul dos impactos das alterações climáticas já tinha sido registada durante esta onda de calor quando as colheitas no Sul da Europa tiveram uma quebra de 25 por cento, enquanto no Norte da Europa se verificou o contrário (aumento de 25 por cento na Irlanda e 5 por cento na Escandinávia).

Nas latitudes mais baixas, espera-se um aumento global do consumo de energia, devido à maior procura de ar condicionado no Verão.

Nestas regiões, as mortes durante o Verão devem ultrapassar a redução de óbitos durante o Inverno, levando a um aumento global da mortalidade.

Da mesma maneira, o turismo pode mudar-se para norte, já que as regiões mais frias vão passar a ter verões mais quentes, enquanto as regiões mais quentes do Sul da Europa vão sofrer uma maior frequência de ondas de calor e reduzir a disponibilidade de água.

A distribuição destes impactos em vários sectores poderá estimular uma mudança para norte a nível da actividade económica e população em regiões como a América do Norte ou a Europa, à medida que as regiões do Sul vão sendo afectadas por aumentos desproporcionados dos riscos para a saúde humana e fenómenos extremos associados a uma perda de competitividade na agricultura e no sector florestal, menor disponibilidade de água e aumento dos custos da energia.

Vastas regiões do mundo serão devastadas por consequências sociais e económicas das temperaturas elevadas.

"Como a história demonstra, isto conduzirá a um movimento populacional e em grande escala desencadeando conflitos regionais", salienta o estudo.

Agência LUSA
2006-10-30 13:58:32

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